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Consumidor, o novo CEO do e-commerce

Qualquer um pode vender pela internet, mas a forma como isso acontece hoje é muito precária

A internet, como meio de geração de negócios, já está consolidada. Hoje, não há mais dúvidas de que investir em um negócio on-line bem estruturado trará sucesso ao empreendedor. Porém, apesar da constatação, poucos são os empresários que encaram o empreendimento virtual como tal. O que ainda se observa é que se faz necessária uma mudança na forma como os empreendedores alinham negócios específicos para os ambientes virtuais.

Atualmente, esses negócios são muitas vezes encarados como uma virtualização de um processo físico, quando deveriam estar além desse horizonte. Afinal, com a crescente presença dos celulares na vida dos consumidores, esses aparelhos se tornarão também uma das principais ferramentas de acesso para transações comerciais. Isso já é uma realidade. Mesmo de forma incipiente no Brasil, já estamos experimentando o uso dos celulares como facilitadores de compras. Ou seja, a tecnologia está aí, quase atropelando os empreendedores que não compreendem que investir na sincronização do negócio com o que há de mais moderno é o caminho para o sucesso. Exemplo disso são os leitores de cartão de crédito e tecnologia de reconhecimento de dados por aproximação do aparelho. Eles permitirão aos consumidores compras rápidas e seguras.

É por isso que a adoção de um posicionamento on-line requer um longo caminho de preparo e amadurecimento. Com a evolução do papel do consumidor nesta era de serviços e informação, as mídias tradicionais tornam-se cada vez mais limitadas em propiciar de forma eficiente sua interação com o mercado. Esta limitação se deve à necessidade que hoje o consumidor tem de pesquisar e se manifestar. Se a perspectiva on-line for adotada para interpretar e otimizar o desejo dos consumidores, teremos nos próximos anos ferramentas capazes de transformar esses mesmos consumidores nos grandes ‘CEOs’ do comércio varejista.

Qualquer um pode vender pela internet, seja via blog, e-mail, mídias sociais ou uma loja virtual. Mas a forma como isso acontece hoje é muito precária. Uma boa fatia dos empresários que já experimentou a venda pela internet fracassou. O motivo principal é a falta de estratégia, planejamento e interação. Acreditar que a internet faz milagres é dar tiro no escuro. Muitos empresários entram nesse mercado acreditando que ter um site é explorar comercialmente este meio. Esquecem do trabalho de planejamento que deve incluir sempre um bom atendimento ao cliente, estrutura de logística eficiente, respeito a prazos, mapeamento de público alvo, acompanhamento das ações dos concorrentes, formação de preço adequada, a necessidade de gateways de pagamento mais acessíveis, entre outros.

Outra necessidade urgente para um negócio virtual ser promissor é aprimorar a experiência do usuário quando em contato com um produto ou serviço on-line. Inovações como prova de roupas em modelos virtuais; visualização de produtos em 360 graus; compartilhamento de informações sobre serviços de forma instantânea através das mídias sociais; capacidade de personalizar a loja virtual para que se adeque ao perfil de cada um dos consumidores; e construção de leiautes inteligentes que trazem as principais novidades e tendências sobre artigos como roupas e sapatos são algumas ferramentas que já não são diferenciais hoje. Porém, são ainda pouco implementadas na maioria das lojas virtuais. Investir em um negócio virtual é explorar cada vez mais o potencial da rede para que o cliente seja estimulado ao consumo via ferramentas interativas e informações que agregam valor ao produto.

E a grande tendência é a capacidade que a internet tem de dar ao consumidor poder sobre o mercado. Essa inovação está à nossa porta.